Relatório final para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural – NEAD, Projeto Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural, Balanço da Ação Governamental no Brasil PCT IICA/NEAD. São Paulo, Brasília, julho de 2002.
É com números assustadores que o fantasma do êxodo rural vem, sistematicamente, atormentar a consciência da opinião pública brasileira e reforçar a convicção arraigada de que quase nada resta a fazer: afinal, o esvaziamento dos campos é uma questão de tempo, como prova a experiência dos países desenvolvidos.
O protecionismo agrícola da União Européia é um tema bastante árido e não se pode ter segurança que, fora do estreito círculo dos economistas agrícolas, os próprios europeus tenham uma idéia muito clara dos rumos que estão tomando as políticas voltadas a este setor.
É geralmente de maneira espetacular que os agricultores europeus alcançam a mídia internacional. Tomates despejados sob o Arco do Triunfo, tratores quebrando a rotina dos funcionários de Bruxelas, vitrines de Mac Donald’s sacrificadas na estação de neve onde anualmente se reúne a elite econômica e política mundial, em Davos, na Suíça: estas cenas evocam
Artigo de Ricardo Abramovay, Maria Carlota Meloni Vicente, Celma da Silva Lago Baptistella e Vera Lúcia Ferraz dos Santos Francisco. Trabalho apoiado pelo CNPq e pelo Instituto de Economia Agrícola. 1996.